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domingo, 23 de outubro de 2011

Tao, Centramento e Maturidade...



"O Tao diz: não há necessidade de estar com pressa porque a eternidade está disponível para você. Plante as sementes no tempo certo e espere; a primavera virá; ela sempre vem. E quando a primavera vier, as flores aparecerão. Mas espere, não tenha pressa.
Existe grande paciência na natureza e o Tao acredita no caminho da natureza.
Tao significa exatamente natureza. Assim o Tao nunca está com pressa; isto tem que ser entendido.
O ensinamento fundamental do Tao é: aprenda a ser paciente. Se você puder esperar infinitamente, a iluminação pode mesmo acontecer instantaneamente. Mas você não deve pedir para que ela aconteça instantaneamente: se você pedir, pode ser que nunca aconteça.
O seu próprio pedido se tornará um obstáculo. O seu próprio desejo criará uma distância entre você e a natureza. Permaneça em sintonia com a natureza, deixe que a natureza tenha o seu próprio curso... Mesmo que ela demore séculos para chegar, ainda assim ela não está atrasada; ela nunca está atrasada. Ela sempre chega no momento certo.
O Tao acredita que tudo acontece quando é necessário; quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece. Quando o discípulo está finalmente pronto, Deus aparece.
O seu valor, o seu vazio, a sua receptividade, a sua passividade tornam isto possível; não a sua pressa, não a sua correria, não a sua atitude agressiva. Lembre-se: a verdade não pode ser
conquistada. É preciso entregar-se à verdade, é preciso ser conquistado pela verdade.
Mas toda a nossa educação, em todos os países, ao longo dos séculos tem sido de agressividade e de ambição. Nós tornamos as pessoas muito rápidas. Nós as tornamos muito medrosas. Nós lhe dizemos: 'tempo é dinheiro e é muito precioso. Se o tempo for perdido uma vez, ele ficará perdido para sempre, por isso corra; tenha pressa'. Isto tem levado as pessoas à loucura. Elas correm de um ponto a outro; elas nunca curtem lugar algum.... E elas pensam que estão indo a algum outro lugar...
O Tao é o caminho da natureza, do jeito que as árvores crescem e os rios correm e os pássaros e as crianças... exatamente do mesmo jeito crescemos para Deus.
Não tenha pressa e não se desespere. Se você fracassar hoje, não perca as esperanças. Se você fracassar hoje, isto é natural. Se você continuar fracassando por alguns dias, isto é natural.
As pessoas têm tanto medo de fracassar que, devido a este medo, nunca arriscam fazer tentativas. Existem muitas pessoas que nunca se apaixonaram porque elas têm medo. Quem sabe? Elas podem ser rejeitadas, por isso elas decidiram permanecer sem amar, assim ninguém jamais as rejeitará.
As pessoas têm tanto medo de fracassar que elas nunca tentam qualquer coisa nova.
Quem sabe? Se elas fracassarem, o que poderá ocorrer? E naturalmente, para se movimentar no mundo interior, você terá que fracassar muitas vezes, porque você nunca se movimentou ali antes.
Toda a sua habilidade e eficiência têm sido nos movimentos externos, na extroversão. Você não sabe como se movimentar internamente. As pessoas escutam as palavras 'movimente-se internamente, vá para dentro', mas isso não faz muito sentido para elas.
Tudo o que elas sabem é como ir para fora, é como ir para o outro. Elas não conhecem qualquer caminho de volta para si mesmas. Por causa dos seus velhos hábitos, é muito provável que você fracasse muitas vezes. Não perca as esperanças.
A maturidade chega vagarosamente. É certo que ela chega, mas isto leva um tempo. E lembre-se: para cada pessoa ela chegará num ritmo diferente, por isso não compare, não comece a pensar: 'alguém está se tornando tão silencioso, e tão feliz, e eu ainda não
alcancei isto. O que está acontecendo comigo'?
Não se compare com quem quer que seja, porque cada um viveu de uma maneira diferente em suas vidas passadas. Mesmo nesta vida, as pessoas têm vivido diferentemente.
Assim, tudo depende de suas habilidades, de sua mente, de seu condicionamento, de sua
educação, da religião na qual você foi criado, dos livros que tem lido, das pessoas com as quais tem vivido, da vibração que criou dentro de si mesmo.
Tudo dependerá de mil e uma coisas, mas é certo que ela chegará. Tudo que se precisa é paciência, trabalho silencioso, trabalho paciente e o centramento acontece e a maturidade chega.
Na verdade, a pessoa madura e a pessoa centrada são apenas dois aspectos de um mesmo fenômeno... Com a maturidade, o centramento surge.
Maturidade e centramento são dois nomes para uma mesma coisa. Mas a primeira coisa a ser lembrada é que ela chega gradualmente.
Não compare e não tenha pressa".
 
Osho em The Secret of Secrets

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ser generoso... OSHO


"Somente um ser humano generoso é renovado. Um ser humano não-generoso, fechado, miserável, torna-se sujo — está propenso a ficar assim.

É exatamente como um poço. Ninguém o usa, o poço não tem possibilidade de dar sua água a ninguém; então, o que acontecerá com ele? Novas fontes não o estarão suprindo, porque não há necessidade.
A água velha ficará cada vez mais e mais suja; o poço inteiro estará morto. Águas frescas não estarão chegando até ele. É assim que tem acontecido a muitos de vocês.

Convide as pessoas a compartilhar de você.
Convide as pessoas a beber de você.

Esse é o significado do que Jesus diz: "Bebam de mim! Comam de mim!". Quanto mais você se alimenta dele, mais Jesus cresce. Quanto mais você bebe dele, mais as águas frescas fluem.
As riquezas que a vida lhe doou não são limitadas, mas só um ser humano generoso pode saber disso. Elas são ilimitadas.

Você não é uma companhia de recursos limitados, mas de recursos ilimitados. Atrás de você, o Divino está escondido. Ninguém pode exauri-lo. Cante quantas canções puder, e você não será exaurido; até pelo contrário, melhores e melhores canções virão."
 
Osho em Antes que Você Morra

quarta-feira, 22 de junho de 2011

" VOCÊ É O MUNDO " por Osho

"Você é o mundo." Esta é uma das colocações J. Krishnamurti que causam confusão. Osho, Você poderia dizer algo sobre isso? 

A colocação de J. Krishnamurti de que "Você é o mundo" não é confusa de maneira alguma. É muito simples; é necessário apenas uma pequena inteligência para compreendê-la.

Podemos tentar abordar a colocação a partir de muitas diferentes direções. O mundo é apenas um nome; o indivíduo é a realidade. Você pode continuar tentando encontrar o mundo em toda parte e não irá encontrá-lo; você sempre encontrará o indivíduo.

Palavras como o "mundo," a "sociedade," a "religião," a "nação," são meras palavras sem nenhum conteúdo por trás delas — caixas vazias.
Exceto você, não existe mundo.

Essa é uma maneira de compreender a colocação: que o indivíduo é a única realidade. E o mundo não é nada mais do que a coletividade de indivíduos, então, seja lá o que for, é uma contribuição de indivíduos. Se for feio, você contribuiu para a feiúra. Se estiver cheio de ódio, inveja, raiva, ambição, cobiça, você contribuiu para todo este inferno no qual estamos vivendo. Você não pode jogar a responsabilidade em alguém mais; você tem de aceitar a responsabilidade sobre os seus próprios ombros.
Esta é outra maneira de compreender a colocação "Você é o mundo."
Estamos continuamente passando a responsabilidade adiante. Se existe guerra, se existe um Adolf Hitler, um Ronald Reagan, torna-se fácil para nós apontar para essas pessoas e dizer que elas são responsáveis. Mas quem as cria?

Adolf Hitler é nossa contribuição. Sem nós, ele é um ninguém. Ronald Reagan não é nada além da nossa opinião. É o nosso voto, é o nosso apoio.

Então, no momento em que você condena alguém, lembre-se: você está condenando a si mesmo. Seja lá o quão indireta seja a sua contribuição, ela existe.

É possível viver como um monge jaina ou um monge budista ou um monge católico num mosteiro, completamente fechado no que concerne ao mundo. Existem mosteiros no Tibet...havia muitos na China antes da revolução comunista. Existem alguns na Europa com uma longa e estranha história. O mosteiro em Athos, na Europa, tem mil anos de existência. Em mil anos, seja quem for que tenha entrado no mosteiro, não saiu vivo. Você apenas entra: uma vez monge, monge para sempre. E o mosteiro não permite que os seus ocupantes saiam para o mundo; são trazidos para fora apenas quando estão mortos.

Você acha que eles não são responsáveis por Adolf Hitler? Eles não são responsáveis por guerras mundiais? Aparentemente não... Como se pode responsabilizar essas pessoas? — que deixaram o mundo, que nunca olharam para trás, que se desconectaram do mundo.

Mas, ainda assim, eu lhes digo que eles são responsáveis. São responsáveis por escapar — eles escaparam da sua responsabilidade. Não faz qualquer diferença.

Os monges budistas, os monges jaina, os monges hindus não participam das atividades mundanas. Mas você pode contribuir de uma maneira positiva ou você pode contribuir de uma maneira negativa.
Você pode colocar fogo nessa casa — essa é a maneira positiva, a maneira ativa. Você pode ficar ao lado, de pé, na rua e não fazer nada para apagar o fogo — essa é a maneira negativa. Mas ambas são responsáveis.
A pessoa negativa não parece tão responsável, mas a sua responsabilidade é absolutamente igual — porque existe um equilíbrio na vida.

Você pode ser contra a guerra, pode ser um pacifista, pode ser um manifestante crônico — sempre com uma bandeira protestando contra a guerra, contra a violência. Naturalmente, você pode dizer, "Como posso ser responsabilizado?" Mas a vida é um fenômeno complexo.

Os seus protestos, o seu pacifismo, a sua luta contra a guerra ainda é parte da guerra; você não é um homem de paz. E você pode observar isso quando as pessoas protestam — a sua raiva, a sua violência é tão óbvia que a gente pensa por que essas pessoas estão protestando contra a guerra. Elas deveriam se juntar a algum lado da guerra — elas estão cheias de raiva, ódio. Elas simplesmente escolheram ter um terceiro lado atrás de um nome bonito — "paz."

Uma boa máscara, mas por dentro está a mesma raiva, o mesmo ódio, a mesma violência, a mesma destrutividade contra qualquer pessoa que não concorda com elas.

Elas estão contribuindo com tanta violência para a atmosfera quanto qualquer outra pessoa.
Elas podem estar falando de amor mas estão dizendo também que você tem de lutar por amor.

Maomé tinha palavras escritas na sua espada dizendo "a paz é a minha mensagem." Ele só pode encontrar uma espada para escrever "a paz é a minha mensagem!" E ele deu origem a uma religião que chamou de "Islã." Islã quer dizer paz e o Islã criou mais violência no mundo do que qualquer outra religião. Em nome da paz, na ponta de uma espada, o Islã tem matado, convertido milhões de pessoas.

Você pode escolher bonitas palavras mas não pode esconder a realidade.
A colocação de J. Krishnamurti de que "Você é o mundo" simplesmente enfatiza o fato de que todo indivíduo, onde quer que esteja, seja lá o que for que faça, deve aceitar a responsabilidade de criar esse mundo que existe ao nosso redor.

Se ele é insano, você contribuiu para essa insanidade da sua própria maneira. Se ele é doente, você também é um parceiro em torná-lo doente. E a ênfase é importante — porque a menos que você compreenda que "eu também sou responsável por esse mundo insano e miserável,"

não existe possibilidade de mudança. Quem vai mudar? Todo mundo acha que alguém mais é responsável.

Um dos maiores imperadores da Índia foi Akbar. Existe um incidente na sua vida registrado no Akbar Namaz — "a biografia de Akbar." Um dia ele estava conversando com seus amigos... E havia ao redor dele as melhores pessoas, mais sábias, mais criativas, escolhidas de todas as
partes do país. O seu bufão estava parado ao lado.

Por falar nisso, você devia saber disso: em todas as cortes de todos os grandes imperadores, existia um bufão cuja única função era evitar que a corte se tornasse séria demais, manter a corte leve, brincalhona — de vez em quando, uma explosão de risadas.

Era uma grande percepção ter um bufão e ele costumava ser uma das pessoas mais sábias daqueles dias — porque não era um fenômeno fácil.
Birbal era o bufão de Akbar. E enquanto eles estavam conversando, Akbar deu um tapa na cara de Birbal — absolutamente sem razão alguma. Mas você não pode bater num imperador, mas o tapa tinha que ir para algum lugar — então, ele bateu na pessoa que estava próxima dele.

Todo mundo pensou, "Isso é estranho!" Em primeiro lugar, não havia razão alguma. De repente, como se uma loucura tivesse possuído Akbar, ele bateu no pobre Birbal. E esse homem também era estranho. Ao invés de perguntar, "Por que você me bateu?" ele simplesmente bateu no homem que estava de pé ao seu lado!

E este homem, talvez pensando que essa era a regra da corte, bateu na pessoa seguinte. Isso foi por toda a corte em cadeia.
E você se surpreenderá: naquela noite, a esposa de Akbar bateu nele! E ele disse, "Por que você está me batendo?"

Ela disse, "Não é essa a questão; um jogo é um jogo."
Ele disse, "Quem lhe disse que isso é um jogo?"

Ela disse, "Temos ouvido durante o dia todo que começou um grande jogo na corte. A única regra é que você não pode bater de volta na pessoa, que você tem de encontrar outra pessoa para bater. E alguém me bateu — então o seu tapa voltou para você, o jogo terminou!" Neste mundo grande, milhares de jogos insanos estão sendo jogados e todos vocês são participantes — é claro, em situações muito pequenas, de acordo com a sua capacidade. Mas lembre-se, o tapa voltará a você mais cedo ou mais tarde. Para onde mais ele irá?

Seja lá o que venha para você, lembre-se, é o seu fazer. Talvez você tenha se esquecido quando começou. O mundo é grande, leva tempo. Mas tudo volta à sua fonte — essa é uma das regras fundamentais da vida, não a regra de um jogo.

Então, se estiver sofrendo, se estiver miserável, se estiver tenso, cheio de ansiedades, angústia, não apenas se console dizendo que este mundo é feio, que todos os demais são feios, que você é uma vítima.

J. Krishnamurti está dizendo que você não é uma vítima, você é um criador deste mundo insano; naturalmente, você tem de participar no resultado de seja lá o que for que tenha contribuído. Você está participando em jogar as sementes, estará participando ao colher a colheita também; você não pode escapar.

Para tornar o indivíduo ciente, de forma que ele pare de jogar a responsabilidade nos outros — do contrário, ele começa a olhar para dentro para ver de que maneira ele está contribuindo para toda essa loucura — existe uma possibilidade de que ele possa parar de contribuir. Porque ele tem de sofrer também. Se ele vem a saber que todo o mundo não é nada mais do que a sua projeção numa escala maior... Porque milhões de indivíduos contribuíram com a mesma raiva, a mesma competitividade, a mesma violência, ela se tornou gigantesca. Você não pode conceber que tenha sido responsável por isso: "Eu posso ter contribuído apenas com uma pequena parte..." Mas um oceano não é nada mais do que milhões e milhões de gotas.

Uma gota não pode pensar que é responsável pelo oceano — mas a gota é responsável. Sem a gota não haveria oceano de maneira alguma. O oceano é apenas um nome; a realidade está na gota.

Aceitar a sua responsabilidade irá transformá-lo e a sua transformação é o começo da transformação do mundo — porque você é o mundo. Seja lá o quão pequeno for, um mundo em miniatura, mas você carrega todas as sementes.
Se a revolução acontece em você, ela carrega a revolução para o mundo todo.
E quando J. Krishnamurti diz "Você é o mundo" ele não está dizendo apenas para você, está dizendo para todo mundo: Você é o mundo. Se você quiser mudar o mundo, não comece mudando o mundo — essa é a maneira errada que a humanidade tem seguido até agora: Mude a sociedade, mude a estrutura econômica. Mude isso, mude aquilo. Mas não mude o indivíduo. Essa é a razão pela qual todas as revoluções falharam. Somente uma revolução pode ser bem sucedida, o que não foi tentado até agora — e essa é a revolução do indivíduo.

Mude você mesmo. Esteja alerta para não contribuir com qualquer coisa que torne o mundo um inferno. E lembre-se de contribuir com alguma coisa para o mundo que o torne um paraíso.
Esse é todo o segredo de uma pessoa religiosa. E se todas as pessoas começam a fazer isso, haverá uma revolução sem qualquer derramamento de sangue.

Existe outro incidente na vida de Akbar. Ele havia construído uma fonte de mármore muito bonita. Estava trazendo cisnes de Mansarovar, nos Himalaias. E decidiu que não deveria haver água na fonte. Essa era a fonte do imperador — ao invés de água, deveria haver leite. Todo mundo na capital foi informado que deveria fornecer um balde de leite, não muito, e que ele deveria chegar ao palácio até a manhã seguinte, cedo, antes do sol nascer.

Birbal falou a Akbar, "Você não entende a mente humana de maneira alguma. A sua fonte estará cheia de água." Ele disse, "Que bobagem...? É a minha ordem!" Birbal disse, "Sua ordem ou ordem de qualquer pessoa — eu compreendo a mente humana."
Akbar disse, "Vamos esperar; amanhã de manhã será decidido quem tem razão."
E na manhã seguinte, ambos foram ao jardim e a fonte estava cheia de água.

Akbar disse, "Isso é estranho. Como aconteceu? Peguem algumas pessoas na estrada, seja quem for, e perguntem como aconteceu." E as pessoas foram ameaçadas: se dissessem alguma mentira, a vida delas estaria em risco; se dissessem a verdade, seriam liberadas.
Elas disseram, "A verdade é que toda a capital traria baldes de leite. Um balde de água seria completamente irrelevante, ninguém jamais viria a saber. Mas agora vejo que a fonte está cheia de água; parece que todo mundo teve o mesmo pensamento — toda a capital! Nenhuma pessoa foi diferente."

A mente humana funciona exatamente da mesma forma. Então, se o mundo está numa tal tragédia, são as nossas mentes humanas que a estão criando; nós estamos contribuindo como o nosso balde cheio de miséria.

Nenhuma revolução pode ter sucesso a menos que a mente humana seja compreendida pelos seres humanos e eles comecem a se comportar de maneira diferente — sem esperar que "O meu balde cheio de água não será notado." Se todo mundo compreender que essa idéia é a que virá para todas as mentes humanas e decidir que, "Pelo menos eu devo levar um balde de leite. Eu não devo me comportar da maneira inconsciente com que todos os seres humanos estão se comportando..."

É possível ter a fonte cheia de leite.
"Você é o mundo" simplesmente significa: seja lá o que for que esteja acontecendo, não podemos nos eximir da responsabilidade. Os nossos monges, os nossos santos, tentaram apenas isso. O que eles estavam tentando fazer, se você for profundamente na psicologia deles, era dizer que, "Nós não somos mais responsáveis por toda essa bobagem que está acontecendo no mundo." Mas eles dependiam do mesmo mundo


Eram dependentes das mesmas pessoas por causa da sua comida; eram dependentes das mesmas pessoas por causa da sua roupa. Não estavam separados do mundo de maneira alguma; apenas cessaram de estar ativos no mundo.

Eram parceiros silenciosos em toda a insanidade que está acontecendo. E eles deveriam ser mais condenados porque eram as pessoas mais inteligentes, mais sábias. Ainda assim, não podiam ver o ponto de que apenas ficando de lado não é o suficiente; você tem de fazer alguma coisas contra a mente humana normal.

Escapar para os Himalaias não vai ajudar porque, mesmo nos Himalaias, a sua mente permanecerá a mesma, apenas você não terá a oportunidade de saber disso. E é melhor conhecer o inimigo do que não conhecê-lo porque, conhecendo, existe uma possibilidade de mudança.
Não conhecer é muito perigoso.

Quando uma doença é diagnosticada, está curada pela metade. Quando uma doença não é diagnosticada, então acontece o problema de verdade. O remédio não é o problema, o diagnóstico é o problema. Um homem viveu nos Himalaias por 30 anos. O seu problema era a raiva e ele queria se livrar dela. Por 30 anos nos Himalaias, ele não teve raiva por um único momento — não havia razão.

A esposa não estava lá, os filhos não estavam lá, os pais não estavam lá, a sociedade não estava lá — não havia provocação.
Pouco a pouco, o seu nome se tornou famoso e as pessoas começaram a vir para venerá-lo. Agora estava ainda mais difícil de se tornar ciente de que a raiva ainda estava lá. Quando as pessoas o estão venerando, não é uma questão de ter raiva.

Então veio a Khumba Mela em Allahabad. As pessoas disseram, "Você é um grande santo. Sem você, a Khumba Mela, a maior reunião de pessoas da Terra num único lugar, estará faltando alguma coisa. Você tem de ir." E agora ele estava convencido de que havia se tornado um grande santo. As pessoas estavam vindo de muito longe, fazendo uma jornada árdua, difícil, através das montanhas, apenas para mostrar o seu respeito por ele.

Ele foi à Khumba Mela mas havia milhões de pessoas — ninguém o conhecia. Alguém pisou o seu pé e imediatamente ele deu um tapa no homem, pegou o seu pescoço e disse, "O que você acha que está fazendo?" De repente, se lembrou de que era um santo. Ele disse, "Meu Deus, o que estou fazendo? O que aconteceu com os 30 anos? A raiva veio tão rapidamente, tão instantaneamente, nem um momento de pensamento." Ele estava por matar o homem.

Essa era a razão pela qual fora para os Himalaias — porque estava com medo de que mataria alguém e seria crucificado ou teria que viver toda a vida na prisão.
Até mesmo a sua família havia dito, "Seria bom que você fosse para os Himalaias porque você matará alguém e isso significa que você matou a si mesmo também. Dessa maneira, duas vidas são salvas. Vá" Mas 30 anos... O que aconteceu?

É um fato simples: as pessoas que escaparam do mundo não acham que são responsáveis por este mundo. Escapando, elas não mudaram o mundo. Escapando, não contribuíram em nada para torná-lo mais bonito, mais humano, mais inteligente, mais meditativo. Nem elas mudaram o mundo nem passaram por uma mudança interna nelas mesmas. Por essa razão eu sou contra renunciar ao mundo.
Fique no mundo, seja lá o quão difícil for — porque é apenas no mundo que será lembrado, em cada passo, que tipo de mente você está carregando por dentro.

E essa mente é projetada no lado de fora e se torna enorme porque tantas mentes estão projetando da mesma maneira.
"Você é o mundo" não é uma colocação matemática.
"Você é o mundo" é um insight psicológico.
E pode se tornar a própria chave para a única revolução que pode acontecer.
Osho; Sermons in Stones

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Viva em Alegria - Osho



Viva em alegria, em amor, mesmo entre aqueles que odeiam.

Viva em alegria, em saúde, mesmo entre os aflitos.

Viva em alegria, em paz, mesmo entre os perturbados.

Viva em alegria, em posses, como os notáveis.

O vencedor semeia o ódio porque o perdedor sofre.

Esqueça-se do ganhar e do perder e encontre a alegria.

                       
                                                                               - Osho

terça-feira, 2 de março de 2010

Cura!

Você é quem carrega a sua chaga. Enquanto existir o ego, o seu ser como um todo será uma ferida. E você irá carregá-la por aí. Ninguém está interessado em feri-lo, ninguém está de fato esperando para machucá-lo; todos estão ocupados em proteger os seus próprios ferimentos. Quem teria tanta energia para ainda querer atingi-lo? Mas, ainda assim, acontece, porque você está demasiado pronto para ser atingido, demasiado pronto, apenas na expectativa de que alguma coisa aconteça.







É impossível atingir um homem do Tao. Por quê? Porque não existe ninguém ali para ser atingido. Não há nenhuma ferida. Ele é saudável, curado, pleno. A palavra ´pleno´ é bonita. Em inglês, a palavra ´curar´ [to heal] vem de ´pleno´ [whole], e a palavra ´sagrado´ [holy] tem também a mesma origem. O homem de Tao é inteiro, curado, sagrado. Tenha consciência da sua ferida. Não deixe que piore: cure-a; e ela só será curada quando você se deslocar para baixo, para as raízes. Quanto menos estiver presente a cabeça, tanto mais facilmente a ferida será curada; não existindo a cabeça, não existe a ferida. Viva uma vida sem cabeça. Mova-se como um ser pleno, e aceite as coisas. Tente isso, apenas por vinte e quatro horas: aceitação total, aconteça o que acontecer. Se alguém o insultar, aceite a ofensa, não reaja, e veja o que acontece. De repente, você sentirá fluindo em você, uma energia nunca antes percebida






((( osho )))


Texto retirado do site:  http://goiastexas.com.br/cura/